Dia 2: O Adeus a Roland Ratzenberger
No dia seguinte (30), Rubens Barrichello volta ao paddock para acompanhar o segundo dia e é acolhido por Ayrton.
Mas, o segundo dia, tem como personagem principal, o piloto Roland Ratzenberger, que estava em sua terceira corrida na carreira da Formula 1. Roland tinha apenas 5 corridas para mostrar o seu desempenho e garantir sua vaga na equipe Simtek.
A equipe vinha passando por problemas orçamentários e o piloto havia se comprometido a não trazer prejuízos para equipe durante aquele fim de semana, tendo em vista, o que havia acontecido nos race weekends anteriores.
Só que o pior estava por vir e ninguém esperava…
Durante o treino classificatório, o piloto estava em volta rápida, quando a asa dianteira do seu carro se soltou e sem conseguir manter o controle, o carro foi de encontro ao muro a uma velocidade de 314,9km/h.

O impacto, fez com que Ratzenberger tivesse múltiplas fraturas no crânio e pescoço.
Logo após o acidente, houve uma tentativa de reanimação do piloto na pista e o mesmo foi encaminhado ao hospital, onde 8 minutos após sua entrada, seu óbito foi declarado.
E ai as coisas começam a ficar estranhas e duvidosas…
Vamos aos fatos:

- Os presentes no dia, disseram que o piloto austríaco, já havia saído da pista em estado de óbito
- Especialistas e os investigadores confirmaram que, com a gravidade do acidente, era impossível Roland ter saído da pista com vida.
- A equipe disse que mesmo após o trágico acidente e a confirmação da morte de Roland, eles não se retirariam da prova e colocaram um piloto reserva para correr no carro dele.
O que mais chama atenção…?
Se os presentes e especialistas na área garantem que não havia possibilidade de Roland Ratzenberger sair com vida da pista, porque alegaram que ele saiu da pista com vida e o óbito confirmado apenas no hospital?!
É ai que entra a lei italiana…
Na Itália, existe uma lei que garante que, se um piloto morre em pista durante o evento esportivo, o mesmo é automaticamente cancelado.
Então, ao confirmarem que o Roland morreu em pista, automaticamente, a corrida de domingo estaria cancelada.
E com isso, mais uma tragédia, poderia ter sido evitada..
Com os acontecimentos de 01 de maio, a morte de Roland Ratzenberger foi esquecida.
Só que ela é um evento crucial pra esse fim de semana trágico.
Naquele 30 de abril de 1994, uma família e amigos perderam um ente querido, um país perdeu uma promessa do esporte e um futuro ídolo que, assim como o Senna, poderia inspirar gerações futuras.
A morte dele foi causada por uma série de irresponsabilidades e negligências, tanto da FIA, como da Simtek, que falhou como equipe ao entregar um carro danificado e ainda assim, não assumir sua responsabilidade no óbito desse piloto.
Já a FIA, como confederação reguladora do esporte, errou ao mandar os pilotos pra pista que não estava em boas condições e acima de tudo, ao esconder o óbito em pista para que a corrida não fosse cancelada. Era de se esperar que, depois de 12 anos sem acidentes fatais em provas oficiais, eles tivessem aprendido a não negligenciar os pilotos!
Essa negligencia, teve mais um resultado fatal.
Já se passaram 31 anos da morte de Roland e ainda hoje, ele é esquecido.
As pessoas lembram tanto da morte de um ídolo, do fatídico dia de primeiro de maio, que esquecem que se tivessem lembrado, respeitado esse luto e dado visibilidade e importância a essa perda, 1º de maio teria sido evitado.
Naquele 30 de abril, muito sofreram uma perda e poucos falam sobre ela e o que a ocasionou.
E antes de entrarmos em 1º de maio, eu gostaria de lembrar que, ao recuperarem o carro do Senna após o acidente, encontraram uma bandeira da Áustria. Ayrton, que sempre lutou por melhorias na segurança do esporte, largando da pole, em condições climáticas favoráveis a seu estilo de pilotagem e gosto pessoal, estava com a vitória garantida! E em sua tradicional comemoração, trocaria a bandeira brasileira pela austríaca e homenagearia o colega abatido por negligencia e leviandade no dia anterior.

Em homenagem a Ayrton em Imola, Sebastian Vettel levantou as duas bandeiras- da Áustria e do Brasil- e disse “Era o que Senna iria fazer”, honrando, anos depois os dois pilotos que perderam a vida em 1994.




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