Menu da Chel- Edição: Gran Premio del Made in Italy e dell’ Emilia- Romagna

By

·

8–12 minutos

Durante o RaceWeekend, por aqui, o cardápio foi 100% italiano. Todos os pratos foram pensados com muito carinho para trazer um pouquinho da história do país, do local que a corrida é realizada e incorporar um pouquinho dessa cultura maravilhosa nos dias de corrida para me sentir ainda mais próxima dos pilotos e do esporte.

Por aqui, vou trazer um pouquinho dos pratos, suas histórias e mostrar o menu pensado para esses dias!

Menu apresentado, vamos as curiosidades dos pratos:

• Pane Italiano- o Pão Italiano:

O pão italiano, como o conhecemos hoje, tem raízes antigas, remontando à época do Império Romano. A produção de pães era uma prática comum e fundamental na Itália, com diferentes variedades regionais surgindo ao longo dos séculos. 

Pão Italiano

Esse é um pão de fermentação longa e que foi base para criação de outros pães, como a Ciabatta

Ciabatta:

A Ciabatta foi criada para rivalizar com a baguete francesa.

Foi criada em 1982 por Arnaldo Cavallari, na região de Adria, na Itália.

A receita surgiu após tentativas de variações de receitas tradicionais de pão, resultando em um pão macio e úmido, com alto teor de água na massa.

Ciabatta, significa “chinelo” em português e esse nome foi dado por conta do formato do pão.

Ciabatta

• Brioche:

Já o Brioche é um pão rico em manteiga e ovos, com origem na Normandia no século XVI. A sua receita remonta à Idade Média, com bolos semelhantes aos brioches atuais. O nome “brioche” vem da palavra francesa “broyer”, que significa amassar a massa.

Se popularizou na Itália por volta do século XVII e os italianos tem sua própria receita, que se popularizou no país e faz parte de suas receitas cotidianas.

Pão Brioche

Saindo dos pães e entrando nos biscoitos… O cardápio montado pra esse RaceWeekend traz dois biscoitos típicos da Itália: o Biscotti e o Amaretti.

• Biscotti

O Biscotti, também conhecidos como cantucci, são biscoitos crocantes, tradicionalmente feitos com amêndoas e assados duas vezes. É daí que vem o nome “biscotti”, que em italiano significa “cozido duas vezes”. A sua origem remonta à Toscana, na Itália, onde são frequentemente servidos com vinho santo, um vinho doce e fortificado da região.

A forma como os biscotti são feitos é característica: a massa é pré-assada, depois cortada em fatias e assada novamente até ficarem crocantes. Eles podem ser saborizados, de acordo com o gosto de quem está fazendo. Os meus, saborizei com laranja e baunilha.

• Amaretti:

Os amaretti, biscoitos italianos à base de amêndoas, têm uma história rica e variada. Acreditam-se que surgiram na Lombardia, no século XVIII, e sua popularidade se espalhou por toda a Itália e além. Existem várias lendas sobre sua origem, incluindo uma que remonta a uma visita de um bispo a Saronno, onde um casal teria preparado um biscoito para agradá-lo e acabou adicionando amêndoas amargas para equilibrar o sabor, já que haviam exagerado no açúcar.

Esse biscoito representa a cultura da culinária italiana e sua tradição e paixão à confeitaria.

• Cappuccino:

O cappuccino italiano é uma bebida à base de café expresso, leite vaporizado e espuma, com proporções iguais de cada ingrediente. A sua origem é atribuída à Itália, onde foi criado como uma alternativa ao café forte, frequentemente misturado com leite e mel para suavizar o sabor. O nome “cappuccino” remete à cor dos capuzes dos monges Capuchinhos, uma ordem religiosa franciscana, e à cor da bebida.

• Café Espresso:

O café espresso, conhecido pela sua intensidade e sabor concentrado, tem origem italiana e foi inventado por Luigi Bezzera em 1901. A sua invenção foi um marco, pois Bezzera procurava um método mais rápido de preparar café sem comprometer o sabor, resultando na máquina que extrai o café sob pressão. Hoje em dia, é comumente servido com chantilly.

•Risotto:

Saindo do tópico café da manhã, o Risotto é um prato típico italiano, cuja origem remonta ao século XI na Lombardia, norte da Itália. A palavra “risoto” significa “pequeno arroz” em italiano, refletindo a sua textura e cozimento característico. O risoto ganhou destaque na Itália com a introdução do arroz pelos Sarracenos na Sicília.

O Risotto tornou-se um prato central na culinária italiana, com diversas variações regionais e de ingredientes

• Penne:

O Penne, surgiu em 1865 e é conhecido pelo seu formato cilíndrico com as pontas cortadas na diagonal, que lembram penas de escrever, daí o nome “penne” (pena em italiano). Foi inventado por Giovanni Battista Capurro, que criou uma máquina que cortava a massa diagonalmente. Essa massa pede molhos encorpados e “pedaçudos” que possam incorporar por completo na massa.

• Molho Arrabbiata:

O molho Arrabbiatade origem romana, surgiu no início do século XX e é conhecido pelo seu sabor picante, que lhe valeu o nome “arrabbiata”, que significa “irritado” ou “raivoso” em italiano. O molho é tradicionalmente feito com tomate, azeite, alho, pimenta (geralmente chilli) e outros temperos, e é popularmente usado para acompanhar massa, especialmente penne

•Molho Bolonhesa:

Segundo a tradição, só existe uma forma de preparar o ragù alla bolognese, como é chamado o molho na Itália. Mas fugindo do original, o meu não vai carne de gado.

Essa receita é típica do local onde o Grand Prix foi realizado, por isso, entrou no cardápio!

Esse molho surgiu no final dos anos de 1700, na Bolonha por volta do século, quando acrescentaram ragú no molho sugo. É comumente usado em massas cilíndricas, como o penne e o cannelloni.

Cannelloni:

O cannelloni, tem uma história que remonta à Itália, há mais de 2 mil anos. O nome “cannelloni” vem de “canna”, que significa “cano” em italiano, referindo-se ao formato tubular da massa. Acredita-se que a inspiração para o formato tenha vindo dos aquedutos romanos, que escoavam a água em canais. Originalmente era recheado com ovos, carnes e queijos. Mas hoje em dia, existem muitos tipos de recheios e combinações!

•Cappelletti in brodo:

 Cappelletti in brodo é sopa à base de massa recheada e caldo, tem raízes na região da Emília-Romagna, na Itália. A massa, em forma de chapéu (cappelletti), é tradicionalmente recheada com carne ou queijo, e é cozida em um caldo saboroso. A história e a origem dos cappelletti são envoltas em lendas e tradições, mas sua presença em pratos tradicionais italianos remonta ao século XIX.

Existem lendas sobre a origem dos cappelletti, como a de São Columbano no século VII, que teria criado a massa recheada para dar mais sabor aos alimentos, ou a de que os cappelletti eram feitos para se parecer com um anel de casamento, simbolizando a celebração e a união.

Entrando nos doces, vamos falar das sobremesas escolhidas para esse menu: Torta Caprese, Panna Cotta e Gelato.

Panna Cotta:

A Panna Cotta, que significa literalmente “creme cozido” em italiano, é uma sobremesa clássica italiana que surgiu na região do Piemonte, no início do século XX. A sua história é um tanto obscura, com algumas versões sugerindo que a receita surgiu em meados do século XX, e outras mencionando uma mulher húngara que vivia na região e adaptou a receita. A sua origem é atribuída a receitas simples de sobremesas caseiras que datam de séculos atrás, e sua simplicidade a tornou popular em toda a Itália. 

A Panna Cotta é feita com creme de leite, açúcar e gelatina, podendo ser aromatizada com baunilha ou outras especiarias. A receita básica é simples, mas a sobremesa pode ser servida com várias variações, como calda de frutas vermelhas, chocolate, café ou outros sabores

•Torta Caprese:

A Torta Caprese é uma sobremesa clássica que remete a época pós Império Romano. Sofisticada, originária da ilha de Capri, na Itália. Esta sobremesa é feita com ingredientes simples, mas resulta em um sabor único e inigualável. A torta é composta por uma base de amêndoas moídas, misturadas com manteiga e chocolate preto amargo, e um recheio leve e cremoso.

A torta é uma sobremesa que, além de deliciosa, carrega consigo toda a tradição e elegância da culinária italiana.

•Gelato:

O gelato, que significa “congelado” em italiano, é uma sobremesa gelada de origem italiana que remonta ao século XVI. Embora a origem exata seja incerta, acredita-se que o arquiteto florentino Bernardo Buontalenti tenha sido um dos pioneiros na criação de uma forma do gelato moderno.

O gelato é tradicionalmente feito com ingredientes naturais e artesanais, como leite, creme, açúcar, frutas e nozes. Diferentemente do sorvete comum, o gelato geralmente contém menos gordura e ar, o que resulta em uma textura mais densa e sabor mais intenso. A receita do gelato é balanceada e autoral, com ingredientes naturais, resultando em um produto único e surpreendente

A palavra “gelato” é a tradução italiana para “sorvete. E essa sobremesa é um símbolo cultural do país.

Pra finalizar, vamos falar das bebidas escolhidas pro menu: Vinho (ou suco de uva pros que não consomem bebida alcoólica), limonada e soda italiana.

•Vinho e Suco de Uva:

É praticamente impossível precisar a real origem real do vinho. Há relatos de seu surgimento antes mesmo do desenvolvimento da escrita, o que significa que essa bebida já é apreciada pelos seres humanos antes mesmo de Cristo.

Mas, como se deu a chegada do vinho no território italiano, afinal?

A resposta para isso é bem simples: com os gregos! Os vizinhos da Itália, também banhados pelo Mar Mediterrâneo, colonizaram as terras que hoje são o que conhecemos como a Sicília, região italiana localizada em uma ilha.

Ao mesmo tempo, a produção de uvas foi introduzida ao sul da Itália, em sua porção continental.

E assim, as bebidas feitas de uva- com e sem álcool- se tornaram as queridinhas dos italianos.

Limonada:

A limonada é uma bebida mundial. Criada na America e globalizada. Existem várias versões criadas e cada país, tem seu jeito de consumir a bebida.

Soda Italiana:

A Soda Italiana, embora com nome italiano, é uma bebida que surgiu na Califórnia, nos Estados Unidos, no início do século XX, por imigrantes italianos que buscavam uma forma refrescante de se refrescar do calor intenso. Rinaldo e Ezilda Torre, imigrantes toscanos, são frequentemente creditados por essa invenção, que consiste em misturar água gaseificada com xaropes de frutas

A história da Soda Italiana está ligada à cultura ítalo-americana e à busca por bebidas efervescentes que remetessem à tradição italiana. A bebida, que mistura água gaseificada com xaropes aromatizados, ganhou popularidade em bares, cafés e em casa. Os xaropes podem ser feitos com ingredientes naturais ou artificiais, e a soda italiana costuma ser mais saudável que os refrigerantes tradicionais, devido ao menor teor de açúcar. 

A Soda Italiana tornou-se uma bebida popular na cultura ítalo-americana e é apreciada por sua refrescância e leveza. A bebida é servida em diversos estabelecimentos, desde cafeterias até restaurantes, e é apreciada por sua variedade de sabores, que incluem os tradicionais como limão e laranja, até os mais exclusivos como chinotto e aperol. 

E assim, finalizamos o Menu da Chel dessa semana. Durante esse ano, teremos mais uma corrida em solo italiano, que terá um cardápio totalmente diferente, trazendo ainda mais aspectos dessa cultura e culinária!

Afinal, meu paladar não é infantil, ele é italiano!

Deixe um comentário