IA erra e não aprende

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A coisa mais comum é ver posts alarmistas sobre como a IA pode nos substituir no trabalho, e esse medo parece ainda mais latente no mercado da comunicação, mas a verdade é que a inteligência artificial não substitui quem é criativo e analítico.

O ChatGPT (ou qualquer outra IA) é uma excelente ferramenta de trabalho, mas apenas isso: uma ferramenta, porque, sem um humano por trás que traz a criatividade, a estratégia, o conhecimento e a vivência que apenas a prática pode nos trazer, ela não serve para nada.


Ela só vai gerar textos, artes e pseudoestratégias, porque a estratégia de verdade envolve o ser humano. Envolve saber (principalmente na comunicação) qual sentimento aquilo pode provocar e qual sentimento você quer provocar. Você só precisa ter medo que uma IA te substitua se o que você entrega for tão raso e sem sentimento quanto o que ela entrega.

A partir do momento em que você é um profissional com vivência de mercado, que inclusive, muito provavelmente, já atuava antes de as IAs se tornarem algo tão comum, você carrega mais conhecimento e bagagem estratégica do que qualquer máquina.

Sim, é verdade, ela pode pesquisar em toda a internet rapidamente e pode trazer insights valiosos, mas ainda assim não tem bagagem, capacidade estratégica, e muito menos o raciocínio lógico ou a habilidade de sentir como um ser humano.

Está se tornando cada vez mais comum ver chefes que acreditam ser possível pegar toda a estratégia de um departamento, mesmo sem ter experiência na área, jogar no ChatGPT, pedir que a IA valide e seguir cegamente as respostas que obteve.


O problema aqui não é usar a IA, mas acreditar que ela é mais eficaz do que um profissional com vivência de mercado, ou ainda que pode ela gerar um resultado consistente com uma estratégia rasa e sem análise aprofundada.

A verdade é que isso não tem como dar certo, porque mesmo em um chat que você treina, alimenta com conteúdo, organiza conforme suas preferências, define as estratégias certas e o tom de voz correto, ainda assim ele tende a errar.

Ele busca a base de conhecimento própria, ao invés dos documentos que você forneceu e deseja que ele utilize. Mesmo quando você pede para que ele use o seu conteúdo, ele tende a recorrer ao que já conhece, tanto em ortografia quanto em estratégia e estrutura textual, priorizando sempre o próprio código.

Pra mim, é aí que mora a maior diferença entre chefes e líderes a partir de agora, porque chefes vão continuar acreditando que a IA pode substituir o trabalho humano e o conhecimento de mercado, enquanto líderes vão enxergar a IA como ferramenta e como um diferencial em quem sabe usá-la para aumentar a produtividade sem perder o olhar estratégico.

E antes que alguém diga que isso é hate contra as IAs ou contra quem usa essas ferramentas para aprimorar processos, é bom deixar claro que não é. Eu mesma uso IA diariamente, para trazer novas visões, me ajudar a enxergar dados, comparar cenários, iniciar análises e até destravar ideias. A diferença é que, aqui, ela é tratada como o que realmente é: uma ferramenta.

Ambientes e pessoas que acreditam que a IA pode substituir um profissional humano, entregar um trabalho melhor e gerar resultados consistentes merecem exatamente o que vão colher: quase nada. Pois estratégias e conteúdos gerados por inteligência artificial, sem passar pela análise e pelo conhecimento humano, e que não têm como base a criatividade da mente de quem entende comunicação, são fracos, rasos e insustentáveis a longo prazo.

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