Substituição do Doohan pelo Colapinto: Um Acerto ou uma decisão precipitada?

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14–22 minutos

Eu desapareci, eu sei. Mas voltei recheada de polemicas e pedradas!

Eu esperei o Summer Break chegar falar sobre a volta do argentino Franco Colapinto pro Grid. Afinal, antes de qualquer opinião, era necessário observar seu desempenho! -E com isso, fui mais consciente do que a Alpine, que julgou o Doohan com apenas 7 corridas e enterrou a carreira do querido.-

Para analisar e ter uma opinião conclusiva sobre a troca ter sido boa, precisamos avaliar o desempenho e carreira dos dois pilotos de forma separada e após isso, comparar os desempenhos.

Nessa matéria, eu trago toda essa análise, então fica até o final e acompanhe essa saga de decisões questionáveis da equipe.

Entenda o caso:

Após às 6 primeiras corridas do ano, a equipe Alpine rebaixou seu então segundo piloto, Jack Doohan, a piloto reserva/de teste e promoveu o piloto argentino Franco Colapinto-que estava como piloto reserva- a segundo piloto.

Essa atitude, vista por muitos- inclusive por mim- como precipitada, partiu do CEO da Alpine, Flávio Briatore.

Briatore, que já esteve envolvido em polemicas e falcatruas no passado e já foi até mesmo banido dos paddocks além de ser o nome que comanda a Alpine é -e aqui pasmem- o empresário de Jack Doohan!

Ai eu te pergunto, se o empresário não confia e acredita na capacidade do piloto, quem mais acreditaria?

Para avaliar o desempenho do piloto, precisamos analisar alguns critérios: sua carreira na divisão de base, seus anos fora da categoria, experiencia em monopostos, desempenho do carro e da equipe e a equipe como um todo. Além disso, para sermos justos, precisamos colocar na balança fatores externos que podem prejudicar o físico e o emocional do piloto.

Vamos começar essa análise de acordo com a ordem de quem assumiu a vaga primeiro, Jack Doohan.

Conheça Jack Doohan

O piloto australiano de 22 anos é filho do multicampeão de Moto GP, Mick Doohan.

No entanto, ser um nepobaby do mundo automobilistico, não foi um facilitador para sua carreira. Mesmo com patrocinios e o pai injetando dinheiro em sua carreira, Jack passou sua carreira nas categorias de acesso em equipes medianas. Por ser filho de quem é, sempre foi muito cobrado por resultados e notoriedade.-coisa que não aconteceu.-

Doohan fez o caminho longo para F1, sem pular etapas. Participou de todas as categorias de acesso, ficou mais de 2 anos como piloto de testes/piloto reserva e mesmo após anos sendo da Driver Academy da Alpine, foi substituido após poucos GPs por um piloto de fora.

Carreira nas categorias de acesso:

Jack teve uma passagem nas categorias de acesso a F1 discreta, mas consistente. Ele se manteve constantemente bem colocado nos campeonatos que participou, venceu corridas, subiu ao pódio. No entanto, nas principais categorias de acesso, não se consagrou campeão mundial.

Seu primeiro Kart foi um presente de -pasmem- Michael Schumacher, que era seu vizinho e viu nele o talento necessário para a empreitada.

Jack começou a competir em 2012 e após vencer o campeonato de kart por 2 anos seguidos-2015 e 2016- se dedicou a ingressar nos monopostos.

Em 2018, iniciou com os monopostos e teve um ano mega agitado!
Participou da F4 britânica tendo garantido 3 vitórias, pódios e sete fastests laps. Terminou o campeonato em quinto lugar. Nessa cateogoria, teve como companheiro de equipe Dennis Hauger, que finalizou o campeonato apenas uma posição a sua frente.

No mesmo ano. Doohan participou de 2 etapas pela ADAC F4, garantindo um décimo lugar no campeonato e correu 2 etapas na F4 italiana, terminando em vigésimo.

Doohan estreou na MRF Challenge em 2019, disputando apenas a etapa de Chennai. Apesar da participação limitada, conquistou dois terceiros lugares e encerrou o campeonato em nono, com 50 pontos — uma introdução discreta, porém positiva, ao cenário internacional.

Foi na Fórmula 3 Asiática que Doohan começou a mostrar seu verdadeiro potencial.

Em 2019, correndo pela Hitech Grand Prix, venceu cinco provas e acumulou oito pódios adicionais, chegando à última etapa com chances reais de título. No entanto, acabou superado por Ukyo Sasahara, encerrando a temporada como vice-campeão.

A passagem pela Eurofórmula Open em 2019, com a equipe Double R, foi menos expressiva. Apesar de dois pódios importantes, em Hockenheim e no Red Bull Ring, Doohan terminou apenas em 11º no campeonato geral, com 79 pontos — desempenho inferior ao do companheiro Linus Lundqvist, que ficou em quinto. No campeonato de novatos, o australiano foi o sexto colocado, evidenciando uma temporada de adaptação e aprendizado.

Na temporada seguinte, pela Pinnacle Motorsport, voltou a brigar pelo campeonato. Com seis vitórias — o maior número da temporada — e mais quatro pódios, demonstrou evolução e agressividade, mas novamente terminou com o vice-campeonato, desta vez atrás do neerlandês Joey Alders.

Nessa temporada, marcada por nomes que conhecemos de competições de grande projeção como: Mazepin, DeFrancesco, Amaury Cordeel, Doohan se provou melhor que eles. Na briga interna da Pinnacle, seu companheiro de equipe, o brasileiro Pietro Fittipaldi, concluiu a temporada em quinto lugar.

Em 2020, ele ingressou na F3, a primeira categoria de acesso para F1 de âmbito mundial. Nessa sua primeira temporada, Doohan estava em uma equipe de médio para baixo nivel. Teve uma trajetória apagada no campeonato- garantindo apenas a vigésima sexta colocação no campeonato que conta com 30 pilotos.- Mas tirou lições e aprendizados que fizeram a diferença futuramente.

E um fato de fofoqueira é que o Jack foi companheiro de equipe dos dois Fittipaldi Brothers e na ordem de nascimento! Foi companheiro de Pietro Fittipaldi na F3 Asiática e de Enzo Fittipaldi em 2020, na sua primeira temporada da F3( E diga-se de passagem, tomou um baile do tubarãozinho)

Em 2021, ainda na F3, disputou a categoria pela equipe Trident, garantindo o vice-campeonato mundial (segunda vez que a vitória foi tirada dele pelo Dennis Hauger!) Essa campanha do Jack, contou com 3 vitórias e 3 pódios.

Ao final da temporada da F3, Doohan fez o que muitos pilotos cotados pra F2 fazem: disputou as ultimas corridas da temporada da F2. Nessas poucas corridas, Doohan conseguiu somar sete pontos.

Em 2022, já como piloto titular, disputou sua primeira temporada completa na F2. Pela Virtousi Racing, ele obteve 3 vitórias 6 pódios, 3 poles, 4 fastests laps. Finalizou o campeonato-que foi vencido com ampla vantagem pelo brasileiro Felipe Drugovich- em sexto, somando ao todo 128 pontos.

Jack venceu a briga interna da Virtuosi, já que seu companheiro de equipe, Sato, que garantiu apenas 8 pontos durante a temporada.

Em 2023, disputou sua segunda temporada na F2– dessa vez tendo o messias do caos, Amaury Cordeel como team mate- e garantiu o terceiro lugar no campeonato mundial de pilotos (que teve como vencedor Théo Pourchaire e vice-campeão Frederik Vesti).

Doohan garantiu nessa temporada 168 pontos, com 3 vitórias e 2 pódios. E finalizou a briga interna da Virtuosi, mais uma vez, muito a frente do seu companheiro de equipe.

Formula 1

É de dominio publico que dos anos de 2017 a 2021, Jack Doohan fez parte da Redbull Driver Academy/ Redbull Junior Team reincidindo seu contrato após o final da temporada de 2021. -O divo gosta de um ambiente toxico, não é mesmo?-

Em 2022, Jack assinou contrato como piloto da Alpine Driver Academy. A amplitude de categorias as quais a Alpine participa foi um dos motivos da mudança, que foi julgada por muitos como uma mudança acéfala.

Entre 2023 e 2024, Jack se dedicou inteiramente nas funções de piloto reserva/de teste da equipe de F1. Nas poucas oportunidades que teve de guiar o carro, entregou resultados satisfatórios a equipe. Os resultados de Doohan foram tão satisfatórios que ele foi cotado para Indy e WEC- durante o ano de 2024 mas rejeitou as propostas.-

Em 23 de agosto de 2024, Doohan foi anunciado como segundo piloto da Alpine para temporada de 2025 ao lado de Pierre Gasly.

No entanto, teve sua estreia adiantada para a ultima etapa de 2024 -Abu Dhabi- por questões contratuais do então piloto da equipe- Esteban Ocon.

Sua primeira temporada na F1 começa por sua home race e de lá, já era perceptível que não seria fácil, afinal, os únicos pontos que ele garantiu, foram os negativos na superlicença.

Durante suas 6 corridas da temporada, ele teve um rendimento muito abaixo do esperado. Jack não pontuou, teve sua melhor posição de largada um P11 e colecionou punições.

Sua carreira na categoria se encerrou de forma precoce após o Miami Grand Prix, com 0 pontos conquistas, 4 pontos negativos na superlicença e uma sequencia de erros e penalties em pista.

Comparativo com o seu companheiro de equipe:
Precisamos observar que, durante as corridas de Doohan na F1, o seu companheiro de equipe, Pierre Gasly obteve resultados melhores. No entanto, somou apenas 6 pontos, com um P7 no Bahrain. Nas outras etapas, o piloto francês da Alpine, também entregou resultados inconstantes, chegando até mesmo atrás do Doohan e em ultimo colocado. Nesse ínterin, ambos os pilotos tiveram 2 DNFs (do not finish).

Questões Externas:

Após o anuncio de Franco Colapinto como piloto reserva/de teste da Alpine, o número de patrocinadores da equipe aumentou e com isso, aumentou a injeção de dinheiro na equipe. – Os aficionados por automobilismo já conheciam o efeito Colapinto, já que ocorreu o mesmo com a Williams no ano anterior-

Com isso, aumentaram as especulações de quem, de fato, ficaria com a vaga. Essa pressão, foi passada para o Jack em forma de cobrança por resultados. E quando há grandes pressões, grandes erros são cometidos.

Um ponto que precisamos observar durante a passagem de Doohan nas categorias de acesso é que o piloto tem dificuldade de adaptação. Entretanto, depois que se adapta, passa a entregar resultados constantes e satisfatórios.

Talvez, se tivesse tido mais tempo para se adaptar, sem que seu mental estivesse sendo colocado a prova com a pressão para entregar resultados e o receio da substituição, Jack poderia ter entregado mais.- E aqui, é válido lembrar que a Alpine é uma equipe de meio de pelotão e não de ponta.- Porém, ele começou a se perder quando seu mental foi desestabilizado com as especulações.

O capítulo final da saída do Jack foi quando, ele precisou ir até as redes sociais pedir que os fãs do Franco parassem de atacar- e ameaçar de morte- ele e sua família.

Conheça Franco Colapinto

O piloto argentino de 22 anos, tem nacionalidade italiana e ucraniana e ja usou as duas para correr pelo mundo. Filho de um advogado e ex-piloto e neto de Leônidas Colapinto, um escritor argentino renomado- que faleceu na véspera do Grande Premio de São Paulo ano passado.-

Teve o inicio de sua carreira de forma bem mediana e passeou entre as categorias do automobilismo, chegando a ser um dos pilotos mais novos da história a correr as 24h de LeMans.

Carreira nas Categorias de acesso:

Franco teve seu inicio no kart aos 9 anos. Sua carreira ganhou notoriedade quando, em 2018, garantiu a pole position e venceu a corrida de demonstração nos Jogos Olímpicos de Verão da Juventude, ao lado da colega de equipe Brisa Puig.

Nesse mesmo ano, participou da ultima rodada da F4 espanhola, conquistando um pódio e uma vitória.

Em 2019, iniciou sua primeira temporada completa na F4 espanhola e se consagrou campeão após resultados impressionantes na Catalunha.
Na temporada, Franco garantiu 11 vitórias, 13 pódios e 14 poles positions.

Ainda em 2019, correu como convidado na EuroFormula Open e na EuroCopa Renault (Hoje, fundida na FRECA).

Em 2020, iniciou sua temporada na Eurocopa Renault e garantiu um terceiro lugar no campeonato de pilotos. Sua temporada contou com 2 vitórias e 7 pódios.

Junto a sua temporada na Eurocopa, em janeiro de 2020, iniciou sua temporada na Toyota Racing Series, garantindo 1 vitória e 7 pódios. Garantindo o P3 na classificação geral do campeonato e a vitória no campeonato de rookies da categoria.

Em 2021, correu a Asian LeMans Series, a WEC, a European Le Mans Series e a FRECA de forma simultanea. O foco dele na WEC e na Asian eram apenas as corridas de longa duração (como as 24h de LeMans).

Na Asian, Colapinto fechou a temporada com 3 pódios conquistadas em 4 corridas, terminando o campeonato em terceiro na classificação geral e sendo premiado como o rookie do ano na categoria.

Já na WEC, ele participou das 6h de SPA e estava indo bem, após classificar em P2. No entanto, um vazamento de oleo, tirou seu carro da prova de maneira antecipada.

Nas provas de 24h, teve dois resultados surpreendentes. Nas 24h de LeMans, garantiu um P7, tendo que realizar uma prova de recuperação. Enquanto Franco dirigia, ele se envolveu em um incidente com Sophia Flörsch e após o reparo do carro, retornaram voltas atrás do líder. Nessa prova, dividiu o carro com Nick DeVries (que tinha acabado de vencer o campeonato da Formula E) e Roman Rusinov.

Nas 24h de SPA, Franco foi chamado de ultima hora para substituir Stuart Hall (que positivou pra COVID-19). O trio finalizou a prova em P22 na classificação geral e em P6 na classe prata

Já na European LeMans Series, finalizou em P4, tendo 1 vitória e 4 pole positions.

Finalizando o animado ano de 2021, Franco ficou em P6 no campeonato da FRECA. Ele garantiu 2 vitórias na temporada e perdeu 2 corridas por conflitos na agenda.

Após 2 anos participando de testes pós temporada (2020-2021), em 2022, Colapinto foi anunciado pela Van Amersfoort Racing para a temporada da Formula 3. Em sua rookie season, conquistou: uma pole position, 2 vitórias, 5 pódios, 76 pontos no campeonato. Com isso, garantiu o P9 no Campeonato Mundial de Pilotos.

Em 2023, ele seguiu na F3, dessa vez pela MP MotorSport. Nessa segunda temporada, marcou 110 pontos, com 2 vitórias e 3 pódios. Garantindo o P4 no campeonato de pilotos.

No final de 2023, Franco teve a oportunidade de assumir o carro da MP na F2, na ultima etapa do ano. E nessa mesma feita, foi anunciado como piloto da equipe para a temporada de 2024.

Em 2024, Colapinto iniciou sua rookie season na F2. Garantindo 1 vitória, 2 pódios e 1 fastest lap. Após 10 etapas e faltando apenas 4 para finalizar a temporada, Franco foi promovido para F1. O argentino deixou a categoria com 96 e sua colocação no campeonato de pilotos após o fim da temporada foi P9.

Formula 1:

Piloto da Williams Driver Academy desde janeiro de 2023, Franco Colapinto foi o nome escolhido para substituir Logan Sargeant, após o péssimo desempenho do piloto americano. Sendo assim, Colapinto largou a F2 faltando 4 etapas e ingressou na F1 de forma precoce (e graças as brechas na legislação da Superlicença pós COVID-19, pois, sem utiliza-las o piloto não atingiria os 40 pontos necessários) e a Argentina voltou a ter um piloto na categoria após 23 anos.

Em 9 corridas da temporada de 2024, Franco conquistou 5 pontos, 3 DNFs, muitos patrocinadores e uma legião de fãs prontos pra torcer, acompanhar e vibrar pelo argentino. O piloto finalizou a temporada em P19.

Em um comparativo com Alex Albon (seu team mate da Williams) durante essas 9 corridas, Franco teve a mesma quantidade de DNFs e marcou apenas 3 pontos a menos.

No inicio de 2025, Franco foi anunciado como piloto reserva/de testes da Alpine (num contrato de empréstimo entre ela e a Williams) e após o Miami Grand Prix, Franco foi escolhido para substituir Jack Doohan.

Nas 8 etapas disputadas pelo piloto argentino, ele garantiu 1 DNF e sua melhor posição de chegada foi um P13. Colapinto garantiu também, péssimo desempenho em qualifying, 0 pontos no campeonato mundial de pilotos e uma senhora panca nos testes da pirelli antes do summer break.

Em comparativo com seu companheiro de equipe, Pierre Gasly, Franco perde em disparada. Afinal, nas ultimas 8 etapas Gasly garantiu 13 pontos e teve apenas 1 DNF. Franco só chegou à frente do seu team mate 3 vezes nesse ínterin.

Questões externas:

O maior ponto de declinio do Franco ano passado, foi após o falecimento do seu avô, durante o Grande Prêmio de São Paulo. No dia da corrida, o piloto sofreu um acidente em pista e após esse incidente, não voltou a desempenhar na categoria. Isso se deu por dois fatores:
1) O emocional abalado do piloto pesou no desempenho
2) O carro precisou de reparo com peças de segunda mão, por conta da grande quantidade de acidentes na equipe e o baixo orçamento.

Entretanto, mesmo com tudo isso, Franco ainda assim foi procurado por equipes. O motivo? O grande número de patrocinadores que o piloto agrega para equipe. E isso, dentro de um esporte caro, faz diferença!

Comparativo dos pilotos:

Mesmo Franco e Jack tendo a mesma idade, a carreira no automobilismo do piloto argentino é muito maior. Ele possui uma bagagem mais vasta, com passagem em várias categorias. Além disso, Franco esteve em atividade constante nas demais categorias de acesso e teve a oportunidade de guiar um F1 durante 9 etapas completas no ano passado. Enquanto Jack, passou o ano de 2024 todo apenas como piloto reserva/ de teste e esteve poucas vezes a frente do cockpit.

Não tem um comparativo muito justo entre ambos nos anos de acesso. Pois, suas carreiras semearam por categorias diferentes.

E em suas passagens por outras categorias, ainda assim, o piloto australiano leva a melhor, tendo uma carreira mais vitoriosa.

As categorias as quais ambos disputaram, foram disputadas sob regulamentos diferentes. Com isso, há mudanças- mesmo que sutis- nos carros.

Além disso, Jack concluiu sua passagem na F2, enquanto a de Franco foi interropida com sua ida precoce a F1.

Mesmo assim em um comparativo dentro da F3- categoria que ambos disputaram mais de uma temporada completa- Jack teve um desempenho melhor, chegando a ser vice-campeão, garantindo mais vitórias, pódios, pole positions e fastests laps.

A melhor colocação do piloto argentino nessa categoria, foi um P4 no campeonato de pilotos.

A comparação mais justa entre esses dois pilotos se dá justamente, durante essa temporada. Os dois tiveram acesso ao mesmo carro e ao mesmo team mate.

Então vamos a analise de desempenho de ambos os pilotos dentro da F1:

Doohan esteve mais próximo de Gasly em resultados -ambos no fim do pelotão com Gasly a frente.- O head to head entre os pilotos é mais compacto. Doohan classificou melhor que Pierre 3x- contando as sprints- e chegou 4x a frente do companheiro de equipe. -contando as Sprints- Nesse ínterin, Gasly pontuou em 1 corrida e o gap dele é em média 0,578s mais rápido que o Jack.

Colapinto classificou apenas 1x a frente do companheiro de equipe e só chegou em sua frente em 2 corridas. Nesse ínterin, Gasly pontuou em 2 corridas e o gap dele é em média 0,706s mais rápido que o Franco.

Em uma comparação direta entre o piloto australiano e o piloto argentino:

  • A melhor posição de chegada de ambos é a mesma: P13;
  • Colapinto detém a melhor posição de largada-após um penalty de Tsunoda e Hadjar-: P10;
  • Doohan se manteve mais perto do team mate em comparativo de tempo e qualifying;
  • Ambos tem a mesma média de DNFs;
  • O piloto australiano tem a maior quantidade de penalties recebidos;

Conclusão:

O que eu percebo é os pontos mais fortes do Franco Colapinto, são os pontos mais fracos do Doohan:


1) O piloto australiano é um piloto que demora a se adaptar a novos carros, categorias e ritmos de corrida. Enquanto o piloto argentino se adapta com maior facilidade;

2) Franco agrega valor a equipe no que se refere a parte financeira. Poor ser o primeiro piloto argentino na categoria em mais de 20 anos, ele ganhou muita visibilidade. Com isso, a equipe ganha muitos patrocinadores e muito dinheiro acaba sendo injetado.

3) Franco nunca teve uma “pausa”, sempre esteve participando de alguma categoria em temporada ativa, enquanto o piloto australiano, ficou 2 anos apenas como piloto reserva/de teste. Fora que o piloto argentino teve 9 etapas do ano passado na F1 pra montar bagagem e garantir experiencia. Enquanto Doohan, só teve 1.

Um ponto em comum entre os dois, é que ambos precisam fortalecer a parte mental.

Franco, não tem maturidade pra lidar com as responsabilidades do cargo e acaba agindo com imprudencia.

Jack teve sua carreira prejudicada por conta do mental. No momento em que começaram a especular a substituição dele, ele começou a cometer muitos erros, tomar penalidades e entregar cada vez menos. Ele deixou o mental tomar conta e ajudou a enterrar a sua carreira.

Em contrapartida, há fortes indicios que a substituição precoce de Jack por Franco foi mediante pressão dos patrocinadores que Colapinto trouxe pra Alpine.

No geral, ambos os pilotos tem muito a evoluir e a aprender na busca por posições e resultados. E nisso, o Jack foi muito mais prejudicado, por conta dessa saida abrupta.

Com isso, na minha opinião- e na da maioria dos críticos especialistas do esporte- a substituição foi precipitada! Principalmente se levarmos em conta que Franco não tem entregado resultados.

A Alpine, se fosse uma equipe séria e responsável, seguraria o Doohan até a metade da temporada e faria a troca após o summer break, caso o mesmo não apresentasse resultados.

Com isso ambas as carreiras- e saúdes mentais- sairiam intactas!

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