A verdade, que pouca gente enxerga, é que, para ser a campeã antecipada do Mundial de Construtores de 2025, a McLaren precisou de muito mais do que o melhor carro do grid. Na fábrica, foram necessários engenheiros e mecânicos com conhecimento para criar o MCL39 e, nas pistas, dois excelentes pilotos somaram os pontos que garantiram o título.
E é claro que essa lógica não se aplica apenas à F1; olhando de perto, você percebe que se aplica a qualquer profissão. Sem profissionais que saibam extrair o máximo de cada ferramenta disponibilizada, grandes resultados não podem ser alcançados.
A IA não vai substituir o ser humano (que pensa)
Todos os dias, a internet é inundada por centenas, se não milhares, de posts que discutem incansavelmente se a inteligência artificial vai ou não substituir o ser humano no mercado de trabalho.
Os defensores pregam que ela é completamente capaz de executar tarefas, gerar criativos e textos, analisar dados e entregar resultados. Normalmente, depois disso, ainda vem a afirmação de que a IA é a solução para problemas como alta rotatividade no time, baixa produtividade e uma forma de se livrar de “problemas” humanos, já que o algoritmo não adoece, não precisa de férias e também não se frustra com baixa remuneração.
Mas o que eles parecem ignorar propositalmente é que gerar é diferente de criar, que a estratégia fornecida para o seu negócio também foi a resposta para mais de uma dezena de outros que fizeram a mesma pesquisa e que todas elas (IAs) avisam no rodapé que o material fornecido deve ser conferido, pois podem errar.
Do esporte ao escritório: onde o humano faz a diferença
Seja no esporte, seja no escritório, o conhecimento e a vivência profissionais ainda são os maiores potencializadores de ferramentas. Se o exemplo da McLaren ficou um pouco nebuloso, vamos olhar agora para o Palmeiras de Abel Ferreira.
Mesmo que você não acompanhe futebol religiosamente, sabe que Abel Ferreira transformou o Palmeiras em uma máquina de ganhar títulos e fez isso já em suas primeiras temporadas no clube. Não é segredo para ninguém que ele tinha, sim, bons jogadores à sua disposição; porém, o principal desafio era fazer com que o elenco todo fosse capaz de entregar resultados consistentes, independentemente de quem fossem os onze em campo, mesmo quando alguém precisasse cobrir outra posição que não era a sua habitual.
Ao final das históricas temporadas de 2020 e 2021, Abel e sua comissão técnica deixaram claro que vieram ao Brasil com muito mais do que vontade de ser campeões. A inteligência tática e emocional deles fica ainda mais clara para quem leu “Cabeça Fria, Coração Quente”. No livro, Abel detalha os bastidores das campanhas, como foi a chegada, a adaptação e o entrosamento com o elenco e como estudou cada jogador para extrair o melhor dentro de campo.
O que Marketing, F1 e Futebol tem a ver com IA?
Se o carro é a ferramenta dos pilotos e os jogadores são as ferramentas de um técnico, os modelos de inteligência artificial são as ferramentas do profissional de comunicação em 2025.
As IAs são, de longe, as ferramentas mais poderosas que um profissional de comunicação pode aprender a usar. Sabendo qual delas usar, uma questão que levaria dias ou semanas de trabalho pode ser resolvida com agilidade, mas é preciso atenção para não cair no lenga-lenga de que elas são capazes de fazer tudo sozinhas e com qualidade.
Qual a base do profissional de sucesso?
Um profissional de destaque não precisa mais dominar 100% de uma técnica ou estratégia, mas precisa conhecê-la o suficiente para analisar e corrigir o que foi gerado por IA.
Ou seja, seu conhecimento e pensamento críticos se tornaram ainda mais relevantes do que há dez anos; e, agora, não basta conhecer apenas as teorias da comunicação, é preciso também saber gerar bons prompts e extrair o máximo de cada inteligência artificial.
Conclusão
Para aqueles que acreditam cegamente que a IA é uma forma de remover o fator humano da equação, tenho uma péssima notícia: não é. E as más notícias seguem para quem achava que a IA seria a solução para ter menos esforço mental no dia a dia de trabalho, porque a verdade é que ela vai te obrigar a pensar ainda mais.
Mas, para aqueles que, assim como eu, enxergam nisso a possibilidade de entregar ainda mais qualidade no próprio trabalho, parabéns: nós já estamos um passo à frente da concorrência.




Deixe um comentário