Agência ou Seita?

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3–4 minutos

Tem agência grande e famosinha que gosta de dizer que é consultoria e que não perde a chance de falar m3rd@ nas redes sociais.

Eu não conheço um ex-cliente ou ex-associado (porque, afinal de contas, agência hoje em dia não tem funcionário, tem associado e futuro sócio) que tenha saído de lá satisfeito.

A metodologia deles é tal qual uma seita. Eles obrigam os comandados a comentar sempre, concordando e enaltecendo o ego deles em volta dessa lavagem cerebral que começam a fazer desdo dia 1.

A “receita” para enxergar a seita é simples. Eles adoram ignorar direitos de imagem e geram dezenas de peças com rostos de famosos com a IA, imagens de péssimo gosto e que muitas vezes não têm nada a ver com o assunto do post. Somado a isso, bloqueiam quem discorda ou expõem falhas no raciocínio, e seguem sempre a máxima de que são perfeitos pra salvar seu negócio.

É claro que, do lado de cá, no lado do profissional, também tem o pacote completo. Um profissional mal remunerado, ouvindo que o grande benefício é o “crescimento acelerado” como PJ. O que teoricamente inclui a liberdade, exigem presença física, inclusive em finais de semana e em eventos em que você precisa pagar o próprio ingresso.

Tecnicamente dizem que não é obrigatório, mas a pressão para estar ali é constante, porque, se você não aparece, “não está na energia” e “não está engajado o suficiente”.

Nas redes sociais, a receita é aquela que eu já falei. Falar sobre assuntos polêmicos que vão gerar ruído e buzz, sempre com imagens de IA e que muitas vezes nem estão ligadas de verdade ao escândalo da vez. E, misteriosamente, como eu já falei, todos os comentários parecem sempre concordar com a posição deles e nenhuma viva alma discordando.

Mesmo quando a análise está claramente errada e enviesada para a polêmica vazia e sem cérebro, você vê o padrão se repetir.

Todos os posts vêm num tom “educativo”, mas, na realidade, o que querem é forçar um CTA fraco, pensando em trazer novos clientes, porque sabem que os atuais duram, no máximo, o tempo obrigatório de contrato.

Agora eu vou te contar um segredo para você não cair nessa armadilha, seja como cliente, seja como profissional de comunicação.

Como cliente, não acredite em nenhuma consultoria ou agência que prometa resultado com receita de bolo e trate marketing como ciência exata, porque não é. Diferente da engenharia e da matemática, em que A+B vai ser sempre C, no marketing A+B pode ser C para você, D para o negócio do seu colega e G para um negócio que faz exatamente a mesma coisa que você.

Aqui o que manda é emoção, adaptação e a capacidade de acompanhar a constante evolução da complexidade das relações de consumo humanas.

Existem fórmulas e prompts que ajudam? Sim, é claro. Mas o resultado nunca é certeza, é probabilidade, porque, de novo, o marketing lida com a mutação do ser humano.

Hoje falamos de redes sociais e de inteligência artificial, amanhã pode ser outra plataforma ou outra forma de consumo.

Tudo isso está em constante evolução e, se tudo isso muda, o marketing muda junto.

Então, como cliente, você precisa se proteger de quem acha que comunicação se vende igual miojo, como se fosse só colocar água para ferver e, em três minutos, estar pronto e garantido, com o mesmo resultado para todo mundo.

E, se você é um profissional de comunicação em início de carreira, ou até alguém que já tem seus bons anos de estrada, o meu principal conselho é simples: fuja de agências e consultorias que se comportam como seita e acham que têm o direito de dizer o que você deve ou não deve fazer e pensar o tempo inteiro.

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